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Reinventar a economia local: como pode o digital ajudar as micro empresas e as PME?

Reinventar a economia local: como pode o digital ajudar as micro empresas e as PME?

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O Ecommerce não está reservado às grandes indústrias, e a pandemia mostrou isso mesmo. Existe também para as micro empresas e PME uma oportunidade para usarem o digital para o crescimento do comércio e consumo de produtos regionais e locais, através de estratégias para fazer aumentar a utilização deste canal de negócio. João Vieira Lopes da CCP, Maria José Campos do Millennium BCP, João Sousa dos CTT e António Lucena de Faria da Fábrica de Startups deram-nos a sua visão.

 

Na sessão Industries Going Digital – Governement and Public Services do Portugal Digital Summit, que este ano decorre em edição digital e que pode acompanhar aqui, João Vieira Lopes (Presidente da CCP - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal), Maria José Campos (Administradora do Millennium BCP), João Sousa (Membro do Comité Executivo dos CTT) e António Lucena de Faria (Fundador e Presidente Executivo da Fábrica de Startups) debateram pontos de vista sobre como ajudar as micro empresas e as PME a fazerem a transição para o digital, por forma não só a promoverem o seu negócio mas sobretudo a conseguirem ultrapassar esta fase de pandemia.

 

“A Grande Lisboa é a zona com maior quebra em termos de negócio porque estava muito dependente do turismo, e também pelas questões da mobilidade e do teletrabalho”, constatou João Vieira Lopes. Este fator permitiu no entanto promover a iniciativa digital, e isso refletiu-se não só na adoção de plataformas cloud para o trabalho remoto mas também de meios de pagamento tecnologicamente mais avançados face às opções tradicionais.  “Esta fase trouxe-nos o registo de mais pagamentos contacless, tendo os nossos comerciantes mais do que duplicado o número de transações por MBWay - algo que iria demorar um a dois anos a acontecer. A UNICRE mostra que a taxa de pagamentos contacless é de 26%, quando há um ano era 13% e há dois era de 6%, o que é sem dúvida um crescimento muito acelerado”, constatou Maria José Campos.

 

Outro dado adquirido é que esta mudança repentina obrigou os pequenos negócios a terem de ir ao encontro dos seus clientes, e isso aconteceu em várias formas: entregas ao domicílio e  take away são dois exemplos potenciados por esta nova realidade. “Isto coloca uma oportunidade de digitalização e uma vantagem competitiva: Da nossa parte, registámos um crescimento dos TPA móveis e um crescimento no Ecommerce”, salientou a responsável do BCP, relembrando contudo que “só 20% da faturação das empresas é feita hoje através do Ecommerce”, sendo para Maria José Campos “uma área em que estamos a apostar, até porque a banca tem uma história de digitalização mais antiga – e estava bem preparada para esta fase”.

 

Para António Lucena de Faria, “estamos a viver uma fase muito difícil, mas as pessoas estão a reagir e o setor do turismo é prova disso mesmo”. O responsável deixou o exemplo do programa Tourism Explorers, que conta hoje com 463 candidaturas. “É um programa que decorre há 4 anos e que está mais focado nas cidades do interior e que envolve todas as pessoas na criação de ideias de negócio para no final se juntarem para as desenvolver e decidir se vão ou não para o mercado”, explicou António Lucena de Faria, salientando que “esta iniciativa gera todos os anos 150 novos negócios na área do turismo não só dentro de portas, mas também resolvendo problemas internacionais”.

 

Os CTT têm também procurado ajudar o tecido de micro empresas e PME a entrar no universo digital. “Lançamos um portfólio de produtos para o mercado e temos hoje uma oferta alargada para PMEs que vai desde a loja online aos pagamentos, publicidade, ofertas e logística”, explicou João Sousa. O responsável sublinhou ainda que ajudam a fazer esta migração e a combater a iliteracia digital outras “ofertas segmentadas especialmente para pequenos produtores que vendem nos pequenos mercados e que nem conseguiriam chegar a estas lojas online – para eles lançámos uma solução CTT para o comércio local dinamizada pelos municípios”. Satisfeito com os resultados, João Sousa destacou: “Trouxemos um ecossistema de empresários e microempresários para o universo online, e agora já não saem.”

 

Outra iniciativa positiva abordada prende-se com o projeto que existe entre a ACEPI, a CPP e a Fábrica de Startups que irá permitirá atingir 15 mil PME em Portugal. “Este projeto de comércio digital vai das às PME a possibilidade de poderem aceder aprender gratuitamente técnicas que têm de começar a dominar no digital, sendo que todas as semanas fazermos um webinar e cada vez temos mais pessoas a assistir, pelo que Portugal está a mexer”, destacou António Lucena de Faria. “Apesar de a pandemia ter interrompido alguma dinâmica presencial que é sempre necessária para o arranque, estamos a dar passos positivos”, sublinhou João Vieira Lopes.

 

Outra questão interessante que a pandemia trouxe consigo é o facto de o cliente do digital ter subido a faixa etária, o que faz também repensar o go to market para as empresas. “Há que adequar o produto ao mercado e entender que tem de haver uma correspondência entre consumidor e ponto de venda em termos de necessidades, por vezes como se fosse um comércio tradicional apesar de ser feito online – senão é só mais um”, considerou João Vieira Lopes. Por sua vez, Maria José Campos referiu que embora “o futuro seja digital, o importante é a integração: É necessário investir na agregação de capacidades que permitam aumentar as capacidades dos empresários, e para tomar as decisões certas em tempo real”, referindo ainda que “o digital está a baixar as barreiras tradicionais entre os setores de atividade e nós queremos estar no centro para agregar mais valor”.

 

Rematando o debate, João Vieira Lopes deixou uma ideia que urge adaptar cada vez mais aos currículos de ensino em Portugal: “Não há um histórico de empreendedorismo no nosso sistema de educação. Há hoje condições para darmos o salto nesse sentido.”

 

O Portugal Digital Summit decorre até 23 de outubro, num formato online, com transmissão em streaming e no canal 420 das quatro operadoras de TV, MEO, NOS, NOWO e Vodafone.

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